CEP

Comitê pela Emancipação Proletária

Eleições não resolvem os problemas da classe trabalhadora!

10 de julho de 2024 CEP Comitê pela Emancipação Proletária

Trabalhadoras e trabalhadores do Brasil!

Vivemos uma grave crise do capitalismo em todo o mundo: vejam o número de desesperados por um lugar ao sol no mercado do emprego, vejam a imensidão de famintos que lutam por um pedaço de pão pelos grandes centros urbanos. Olhem a violência do crime organizado e da própria polícia que, em nome do Estado e da burguesia, assassinam nossos filhos sem dó nem piedade. Sem falar na crise climática que já é visível a olho nu para qualquer criança: a “tragédia” no Rio Grande do Sul não foi a primeira nem a única, outras virão por aí e, talvez, até piores. ...

Tudo isso faz com que os trabalhadores sofram de inúmeras formas: carestia, endividamento, sem falar na ansiedade e depressão, que já são causas de saúde que mais condicionam afastamentos do trabalho. Ou nos suicídios que se tornaram uma “pandemia” em todo o mundo...

Todos esses problemas têm por origem principal: essa sociedade de classes, baseada na exploração, que se chama capitalismo. Nela, os meios de produção (fábricas, máquinas, terras, bancos, comércio etc.) são de propriedade privada da burguesia, os donos do mundo, que acumulam riqueza e privilégios sem fim. Na outra ponta, está a classe trabalhadora: nós, os assalariados, informais e desempregados que lutam diariamente para manter uma vida precária, em que muitas vezes o objetivo é meramente tentar colocar comida na mesa para nossas crianças. Esse modo de produção gera constantemente crises e está destruindo a natureza em nome do lucro de alguns poucos!

E assim os anos passam e passam; gerações crescem e perecem. E qual é a sensação? De que nada muda em relação aos nossos interesses, que tudo está da mesma forma ou até pior para a classe trabalhadora. Governos saem e entram, com as velhas promessas de sempre: que irão melhorar a saúde, a educação, gerar empregos, combater a violência etc. Mas nada disso acontece para os trabalhadores. Mesmo depois de infinitas promessas, depois de campanhas eleitorais sem fim, os problemas da classe trabalhadora só se agravam.

As eleições não podem melhorar a vida da classe trabalhadora porque elas são uma das formas de manter e reproduzir a sociedade capitalista, ou seja, manter a exploração de classes e o Estado burguês. O Estado é um instrumento de exploração e opressão das classes dominantes sobre o proletariado e todo o conjunto da classe trabalhadora. As leis, a burocracia, as forças armadas, os três poderes (executivo, legislativo e judiciário) estão aí para servir aos capitalistas e não para resolver os problemas que afligem os operários e os trabalhadores assalariados em geral. E mesmo as poucas vitórias que às vezes conquistamos nessa “democracia” são sempre por meio de greves e manifestações de rua, independente de quem seja o prefeito ou presidente.

É por isso que, por exemplo, Bolsonaro e Lula, Nunes ou Boulos são essencialmente a mesma coisa em suas posições de classe; são eleitos para representar os interesses do Capital e das diversas frações de capitalistas que se alternam no poder, pois fazem parte da mesma estrutura de dominação, que gera inúmeras desigualdades. Aqueles candidatos que se dizem a favor do povo brasileiro e contra os políticos e o sistema vigente também fazem parte desse jogo, e tentam iludir os trabalhadores apontando falsos inimigos e soluções.

Trabalhadoras e trabalhadores, não devemos depositar ilusões sobre as eleições: elas não resolverão os problemas fundamentais das nossas vidas! É hora de a classe trabalhadora criar suas próprias formas de luta, suas próprias organizações; que elas sejam totalmente independentes da lógica burguesa, de sua estrutura, de seu financiamento e da corrupção que invade essa política rasteira que aí está.

Assim, um primeiro passo (pequeno, mas necessário) para negar toda essa patifaria das eleições é: votando nulo, não votando e, denunciando essa farsa eleitoral. Por quê? Porque nenhum candidato, por mais honesto e bem-intencionado que possa ser, poderá se contrapor à reprodução da exploração capitalista e das desigualdades sociais.

Entretanto, só isso não basta. Ora, já alcançamos a abundância, e diante de tanta riqueza acumulada, não deveria haver fome e desigualdade entre os seres humanos. No entanto, é o que o capitalismo produz incessantemente. Por isso, para construir uma vida digna, é preciso destruir o capitalismo, a burguesia e o seu Estado. É possível sim viver numa sociedade em que não exista nenhuma carência material, em que todos tenham moradia, alimentos, acesso a saúde, a cultura, a educação etc., uma sociedade em que não existam mais classes sociais nem Estado; em que todos se tornem produtores, e usufruam igualmente, da riqueza social sem serem explorados: uma sociedade comunista. Porém, é necessário, para garantir a passagem para esta nova sociedade, um período de transição, ou seja, uma revolução socialista para a expropriação dos meios de produção e destruição do poder político burguês e erigir a auto-organização dos trabalhadores, o trabalho livre e associado.

Nesse sentido, é vital que os operários e os trabalhadores em geral construam suas próprias organizações, que elas tenham total autonomia política, ideológica e financeira. Precisamos construir formas de lutas além destas que aí estão, lutas que só giram dentro do próprio Estado burguês; ou seja, estamos lutando dentro dos limites impostos pelo campo inimigo. A burguesia, seus políticos e intelectuais são nossos inimigos antagônicos, simplesmente porque nossos interesses e necessidades são estruturalmente diferentes das deles.

À luta trabalhadoras e trabalhadores!

Abaixo o Capital, o Estado e a exploração do trabalho!

Eleições não resolvem os problemas da classe trabalhadora!

Vamos construir nossas próprias armas na luta de classes!

Todo apoio à resistência palestina!

30 de novembro de 2023 CEP Comitê pela Emancipação Proletária

O genocídio do povo palestino pelo Estado de Israel (títere do imperialismo) levantou enorme onda de indignação e revolta por todo o planeta. Centenas de milhares manifestantes tomaram as praças nos cinco continentes contra o massacre, a limpeza étnica e os crimes de guerra perpetrados mais uma vez pelo Estado de Israel. Nós, do Comitê pela Emancipação Proletária (CEP), juntamos nossas vozes a esse movimento: a sangria tem que ser estancada. Não há nada mais urgente, pois não se passa um minuto sem que palestinos sejam massacrados e a Faixa de Gaza seja devastada. O crescimento desta onda de indignação e de solidariedade internacionalista é uma importante arma, no momento. O desgaste do Estado de Israel é um fato. A resistência armada palestina tem imposto um pesado ônus aos imperialistas e seus fantoches. Apoiar a luta dos oprimidos contra os opressores, é o lado da luta em que os comunistas se encontram. ...

Num mundo em que os trabalhadores produzem mais alimentos, casas, remédios e energias para satisfazer a todos, a necessidade de expansão e acumulação capitalista, explorando o trabalho e se apropriando de seu produto, é a “justificativa” para a barbárie em que vivemos. A história tem evidenciado o que já foi há muito anunciado: imperialismo é sinônimo de guerras, barbárie, de infinitos massacres, genocídios (desde a matança cotidiana das mulheres, até das assim consideradas “raças inferiores”, etc. etc.); é sinônimo de destruição para a imensa maioria da população mundial. Não apenas, mas também porque as guerras são excelentes negócios, ainda mais necessários para um capital que vive uma crise gigantesca. Não há alternativa: superamos o capital, ou ele destruirá a nós e ao planeta.

Esta constatação fundamental, a de que é urgente que superemos o capital pelo modo de produção comunista, é a defesa da humanidade e, neste preciso sentido, é a defesa do direito à vida e à resistência do povo palestino. Ao juntarmos nossas forças ao caudal montante de pessoas e organizações que se manifestam contra a ocupação e a atual ofensiva de Israel, nossa adesão tem esse sentido e este significado: nos opomos ao imperialismo e à política genocida do Estado de Israel, defendemos o direito à vida com dignidade do povo palestino, o seu direito à resistência contra toda opressão, ocupação e genocídio. Pois, hoje, enfrentar a essência exploradora e violenta do capital implica em confrontar seus interesses, seus métodos e instrumentos de sua reprodução, implica no repúdio ao extermínio do povo palestino e à ditadura sanguinária do Estado de Israel.

Pela revolução proletária!

Contra a política genocida do Estado de Israel!

Todo apoio à resistência palestina!

Cadê as mudanças de verdade?

Outubro de 2023

Trabalhadoras e trabalhadores!

Os meses passam, os dias acabam e a vida não melhora para as classes trabalhadoras do Brasil: o desemprego não diminui, o custo de vida não abaixa, muitos estão endividados e a fome faz sofrer milhões de trabalhadores espalhados pelo país. Além da exploração, da miséria, há a crescente violência do Estado, que nesses últimos meses realizou diversas chacinas. ...

Onde está a melhoria do emprego e da renda prometida pelo presidente Lula? Onde está o governo “dos trabalhadores”?

Este governo, como todos os outros, tem tomado decisões que beneficiam os patrões, os empresários, os banqueiros, os grandes comerciantes; enfim, os mais ricos do país.

Dando continuidade aos ataques do patronato dos últimos anos, o governo Lula, não reverteu as mazelas das reformas trabalhista e previdenciária de Temer e Bolsonaro. Manteve as privatizações, fez a reforma tributária, aprovou o arcabouço fiscal e anuncia a reforma administrativa.

O que significam estas medidas?

O arcabouço fiscal significa que o Estado irá gastar menos com as políticas públicas para pagar os juros da dívida aos bancos. Na prática, isso terá como consequência menos recursos públicos em educação, saúde, transporte e moradia. Esta medida foi aprovada pelo governo Lula junto ao congresso, porque o Estado precisa pagar os juros da dívida gigantesca que tem principalmente com os bancos, rentistas e especuladores de todos os tipos.

A reforma tributária irá fazer com que os grandes empresários, principalmente do agronegócio, paguem menos impostos e simplifiquem seus custos. Nós trabalhadores sabemos o quanto de impostos pagamos diariamente: basta ir aos supermercados e ler a nota fiscal. Portanto, não há redução da carga tributária para os que mais precisam, para o consumo de itens básicos de sobrevivência, como alimentação e moradia.

A reforma administrativa anunciada irá piorar a vida dos trabalhadores do serviço público; ocorrerão mais “concessões” e “parcerias público-privado”, que significa mais serviços terceirizados e privatizados.

Tudo isso prova que não importa o partido ou o político que esteja no governo desse sistema apodrecido que é o capitalismo: todos eles sempre irão atuar para defender os interesses das classes dominantes. Por isso que as eleições não podem resolver os problemas fundamentais da classe trabalhadora, nem suas necessidades mais imediatas, como alimentação, moradia, saúde e transporte.

O capitalismo está numa crise gigantesca no mundo todo, isso significa que os patrões irão aumentar ainda mais a exploração, que o Estado irá precarizar mais os serviços públicos e os trabalhadores continuarão morrendo de fome, desempregados, ou seja, uma vida desumanizada.

Por isso, trabalhadoras e trabalhadores, não se iludam!

O governo, os partidos, os sindicatos que aí estão, as eleições, o Supremo Tribunal Federal, etc., nada disso poderá resolver nossos problemas! Pelo contrário, essas instituições agem para desestimular e desorganizar ativamente nossas lutas.

Nenhum voto acabará com a fome; nenhum partido poderá superar o desemprego; nenhum político poderá resolver as desigualdades sociais reinantes.

O que fazer, então, diante de tanta miséria e sofrimento? Há alguma alternativa?

Sim! Mas ela não virá de fora, de algum herói ou profeta: ela virá de nós mesmos, trabalhadoras e trabalhadores, os reais produtores da riqueza social!

Só a classe trabalhadora auto-organizada, unida, com autonomia política e ideológica, criando seus próprios organismos revolucionários, poderá colocar fim a todas as desigualdades sociais, a todas as misérias que geram sofrimento e morte.

Precisamos retomar nossa organização, unificar nossos enfrentamentos nos locais de moradia e de trabalho.

Não há vida digna de ser vivida no capitalismo. O caminho a seguir é o da reconstrução da nossa força de classe rumo à revolução proletária pelo fim do sistema do Capital.

COMITÊ PELA EMANCIPAÇÃO PROLETÁRIA